SECA AINDA PREDOMINA NO PARANAPANEMA, MAS RESERVATÓRIOS SE MANTEM ESTÁVEIS

A 10ª Reunião da Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio Paranapanema aconteceu no dia 22 de outubro de 2025 e os dados apresentados pelos especialistas apontam que, apesar do retorno gradual das chuvas, as condições de seca continuam impactando o sistema hídrico. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o trimestre (julho, agosto e setembro) apresentou chuvas abaixo da média em grande parte da bacia. As imagens de satélite e as previsões indicam que as próximas semanas devem registrar volumes de chuva mais significativos, principalmente no sul do estado de São Paulo e norte do Paraná.

Já o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentou um diagnóstico mais detalhado da seca na bacia. Em setembro e outubro, a precipitação acumulada ficou em torno de 70% da média de longo termo (MLT), caracterizando condição de seca hidrológica. Segundo o Cemaden, o fenômeno La Niña, atualmente com anomalia de -0,6°C nas águas do Pacífico, tende a manter a irregularidade das chuvas no início do período chuvoso.

No panorama apresentado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a situação dos reservatórios do Paranapanema permanece sob atenção. Em 20 de outubro, os volumes úteis registrados eram de 51% em Jurumirim, 47% em Chavantes, 45% em Capivara e 69% em Mauá.
A simulação operacional indica que, mesmo com a previsão de chuvas moderadas, os níveis dos reservatórios serão Jurumirim: 49%, Chavantes: 45%, Mauá: 97% e Capivara: 43% até o fim de novembro, com as seguintes diretrizes de operação: Jurumirim – 90 m³/s, Chavantes – 159 m³/s, Mauá – 128 m³/s e Capivara – 521 m³/s.

O 1º Vice-Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (CBH Paranapanema), Marco André D’Oliveira, ressaltou a importância de um monitoramento constante dos efeitos da operação, especialmente para evitar impactos ambientais, como a mortandade ou o aprisionamento de peixes ao longo do curso do rio. O representante da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), José Eduardo Bevilaqua, reforçou que a vazão está sendo acompanhada por meio de relatórios técnicos regulares, e informou que a renovação da Licença de Operação do reservatório de Jurumirim encontra-se em fase final de tramitação. A próxima reunião será dia 25 de novembro, às 15h.