O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (CBH Paranapanema) articulou junto aos interlocutores dos setores de Aquicultura, Turismo e Lazer, definidos nos Encontros Setoriais – Reservatórios do Paranapanema, para levantar e integrar os dados econômicos destes setores, assim como os impactos gerados pelo rebaixamento dos reservatórios voltados para a geração de energia elétrica, localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema.
66 municípios, nos estados de São Paulo e Paraná, são banhados pelo Rio Paranapanema e seus reservatórios. As principais modalidades de turismo exploradas nestes municípios são: aquático, ecológico, histórico-cultural, birdwatching, eventos e rural. Para atender os turistas são mais de 270 estabelecimentos hoteleiros, que empregam diretamente mais de duas mil pessoas. Estima-se, ainda, que há cerca de 45 mil chácaras, 50 marinas e guarda-barcos e 13 mil lotes em condomínios às margens das represas no Paranapanema.
São mais de 400 restaurantes, que geram 3.600 empregos, além de 50 pesqueiros, responsáveis por 300 empregos. A Bacia Hidrográfica possui, ainda, cinco grandes resorts. Na região turística de Angra Doce, destaca-se duas Rotas Turísticas, a do Rosário, que atrai cerca de 1,2 milhões de turistas ao ano, e a do Café, com cerca de 15 mil turistas ao ano.
Já no setor de Aquicultura, os reservatórios localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema têm a capacidade de suporte de produção de quase 83 toneladas de peixes por ano. Atualmente há 48 áreas com contrato de cessão de uso para piscicultura. Os interlocutores do setor, destacaram que com o rebaixamento do nível dos reservatórios é necessário adaptar as estruturas físicas e estruturas móveis; há também prejuízo na qualidade da água, que gera a mortandade de peixes.
Os levantamentos foram repassados, na tarde de hoje (27), na 4ª Reunião do Grupo de Trabalho do Paranapanema, instituído pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Na ocasião, o moderador da reunião, o Superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, esclareceu algumas dúvidas e pontuou os documentos necessários para subsidiar o GT para a definição das diretrizes operativas para os reservatórios de geração de energia elétrica.
A secretaria adjunta do CBH Paranapanema, Suraya Modaelli, para finalizar, reforçou a necessidade dos setores se articularem. O representante do Comitê no GT Paranapanema, Emílio Prandi, lembrou que os dados passados na reunião em que se tratou a situação hidroenergética da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, e que o Paranapanema deve ser novamente sacrificado para abastecer a Usina de Itaipu, o que ratifica a importância do Comitê na articulação junto aos usuários de água e no protagonismo da definição de diretrizes operativas dos reservatórios, para que a Bacia Hidrográfica seja considerada com as suas especificidades e características.