Durante a 4ª Reunião da Sala de Acompanhamento, realizada na tarde de ontem (25), foram divulgados dados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Instituto Meteorológico do Estado (IMTE) que apontam uma preocupante redução na precipitação da região do Rio Paranapanema e, principalmente, dos níveis do reservatório de Jurumirim. O trimestre passado registrou um balanço negativo, com um volume de chuvas abaixo da média em toda a região da Bacia do Paranapanema, onde o reservatório está localizado.

A situação torna-se ainda mais preocupante devido à persistente nebulosidade no sul e leste da região, sem precipitações significativas. As previsões para os próximos três dias e próximas semanas indicam uma tendência de chuvas entre a média e abaixo da média, com pouca perspectiva de melhora até o fim do mês de abril.

Desde dezembro até março, as chuvas têm se mantido abaixo da média histórica, e a previsão para os meses seguintes sugere que essa condição persistirá, com a precipitação prevista para ficar abaixo da média de abril a agosto. Um fator que tem influenciado as chuvas é o enfraquecimento do El Niño e a possível transição para um La Niña no segundo semestre. 

O monitoramento realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações destaca a irregularidade das chuvas em abril, com algumas pequenas regiões registrando chuvas acima da média, mas sem uma distribuição uniforme. No entanto, a situação se agrava, especialmente em São Paulo, onde vários municípios estão sendo afetados pela seca, impactando cerca de 40% das pequenas propriedades.

Os reservatórios, incluindo Jurumirim, Chavantes e Capivara, estão com seus níveis de armazenamento abaixo do ideal. Jurumirim, em particular, está praticando defluências mínimas e encontra-se em alerta, com apenas 44% de sua capacidade.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alerta para a redução da energia natural afluente, com os reservatórios operando atualmente em torno de 56% de sua capacidade. Em 2024, o reservatório de Jurumirim iniciou o ano com 61% de sua capacidade e agora está em 51%, enquanto outros, como Mauá, estão ainda mais baixos, com 35%, caracterizando-se pela faixa de atenção.

Uma nova reunião está agendada para o dia 29 de maio, porém, devido às condições atuais dos níveis de reservatório, uma reunião extraordinária pode ser convocada.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (CBH Paranapanema) se comprometeu em acompanhar o diálogo entre a CTG Brasil, responsável pelos reservatórios, e a à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), órgão que emite a vazão ambiental desses reservatórios.

Sala de Acompanhamento

Para compartilhar informações, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) instituiu a Sala de Situação do Paranapanema, posteriormente intitulada Sala de Crise, e, atualmente, nomeada Sala de Acompanhamento, composta pelos seguintes integrantes, além da própria ANA: Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Departamento de Água e Energia Elétrica e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) pelo Estado de São Paulo, Instituto Água e Terra e Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), pelo Estado do Paraná, operadoras e geradoras de energia elétrica, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema e os seis Comitês Afluentes, instituídos nos Estados de São Paulo e Paraná. Outros órgãos, prefeitos municipais, usuários de água também participam pontualmente. As reuniões são abertas e todos podem participar. Também é possível acompanhar a situação dos reservatórios na Bacia Hidrográfica, por meio do CBH Paranapanema:

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